quinta-feira, 7 de abril de 2011

Medo de sentir saudade!

Sempre me disseram para aproveitar enquanto eu era jovem, por que depois as coisas iriam ficar difíceis e eu não teria tempo para eu mesma. Quando diziam isso, eu sorria de um jeito como se quisesse causar inveja por ainda ser criança, ao contrário de quem me deu a tal recomendação.
Cansei de ouvir isso por muitas vezes desde que me entendo por gente-querendo-ser-gente, aquela vontade de crescer e ter minha própria vida sem interrupções de ninguém. Quando o que eu queria era sair de casa sem meus pais e dormir às 10, ao invés das 8.
Lembro-me da minha vontade extrema de estar vestida de bailarina no meu aniversário de dois anos. Aquele aniversário de sete anos em que me fizeram uma festa surpresa e ao entrar na sala, comecei a também bater palmas, pois havia esquecido completamente que aquele era o meu dia. Aquele de nove anos em que eu dançava incansavelmente ao som de Rebelde com minhas amigas em São Paulo. Aquele de treze anos em que juntei as amigas em uma sala, onde passamos a tarde toda assistindo filmes e comendo brigadeiro feito por um pote inteiro de Nescau e uma ‘pitada de sal para não ficar enjoado’ onde nesse mesmo dia, ganhei meu primeiro presente do meu primeiro namorado e marquei território na escura lavanderia.
Quanto tempo já passou, e quanto ainda não falta para viver? Tanta coisa que já ficou pra trás. O que mais será passado daqui pra frente? E o daqui pra frente, um dia também será passado? Alguma coisa, algum dia, será pra sempre? Não é medo de crescer; é medo de sentir. Sentir a falta. Tenho certas desconfianças do que o futuro vai me trazer e até agora mesmo, já tenho saudade...
Sinto falta de tudo aquilo que tive que deixar, e também do que não deixei se aproximar. Da saudade reprimida, da lágrima inibida, da chegada mal partida, das surpresas e até dos meus desgostos. Mas não preciso me preocupar, pois em um belo dia de segunda-feira matinal e  rotineira, na frente de 3 companheiras, pus-me a chorar, não consegui segurar, porém elas me asseguraram que eu não precisaria temer, o que viesse seria bem-vindo e o que me deixasse, seria de justificativa inquestionável. Loucamente apaixonadas por mim e eu por elas, mal sabiam elas que o maior motivo do meu choro, é saber que mais dia menos dias, eu sabia, que em algum lugar perdido no tempo, nos perderíamos e sentiríamos falta de quando tínhamos jovens treze anos, bem vividos, bem amados, bem sentidos.
Agora, vou ficando por aqui, deixando minha etapa jovem concluída e partindo para a caça de ser alguém, atrás do desconhecido e inesperado, sendo eu, eu mesma, crescendo, vivendo, temendo e sentindo.


Beijos Gk!

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