quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Trecho do livro Os miseráveis - Parte 1

   
   (...) Marcus ficou desesperado. Durante dos meses não teve notício de Cosette. Finalmente, Éponine cumpriu sua promessa de descobrir onde morava o homem e a filha. Mostrou a casa da rua Plumet. O rapaz começou a rondar o endereço. Descobriu uma barra da grade que estava solta. Várias vezes Cosette assustou-se vendo uma sombra no jardim. Finalmente, Marius tomou coragem e deixou uma carta para a jovem. Esta a encontrou no banco do jardim. Não havia como identificar quem a deixara. Ma, no fundo do coração, ela sabia.
   Ao anoitecer (...) quando Jean Valjean saiu, a moça foi para o jardim. De repente, teve a sensação de estar sendo acompanhada. Virou-se. Era Marius. Magro, pálido, sem chapéu e muito emocionado. Ela quase desmaiou. Encostou-se em uma árvore, com o coração palpitando. Ele aproximou-se. Murmurou:
   - Não tenha medo. Venho aqui todas as noites na esperança de vê-la. Leu minha carta? Espero que não esteja zangada. Perdoe minha ousadia. Mas se não lhe falasse, morreria.
Percebeu que Cosette estava prestes a desmaiar. Correu até ela. E a amparou com os braços.
   - Então, também me ama? - perguntou ele
   - Cale-se! Sabe que sim! - respondeu a moça com voz fraca. 
   Marius sentou no banco, e ela ao seu lado. Não sabiam o que dizer. Como se encontraram seus lábios? Como a ave canta, a rosa floresce? 
   Um beijo, eis tudo. 
(...)
   A partir daí, todas as noites Marius entrava no jardim pela grade solta. Namorava Costte. (...) O amor entre os dois cresceu. Um já não podia viver sem o outro. (...)




(Victor Hugo, Os miseráveis p. 120-1)

Beijos Gk!

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